março 12, 2009

Pc garantido para professores.

É assustador a quantidade de educadores experientes dizendo, pelo amor de deus, não entre na sala de aula [meu próprio pai disse [também]].
Todos nós sabemos que há muito tempo a crise que realmente assola é do sistema educacional brasileiro. Isso já é matéria velha e exaustiva.
O que me preocupa é que se continuarmos assim, os que ainda terão coragem de entrar, já estarão completamente desmotivados, assim como já estão os nossos veteranos profissionais.
Bom, aqui no Espírito Santo, dar aula em escola pública é sinônimo de tensão e terror. Professores ameaçados inteiramente pela violência dos alunos, má administração e acompanhamento quanto ao governo ante a escola (que convenhamos, a preocupação é somente obras, obras, obras)...E seguindo de uma vida fatigante, o governo estadual aprovou o Projeto de Lei (PL) nº 51/2009, que autoriza o Executivo a conceder ajuda de custo aos professores efetivos da rede pública para aquisição de computadores novos. Isso se dará por meio da Secretaria de Educação, e irá beneficiar cerca de 10 mil professores.
Ok. Uma ajuda e tanto, não? Só isso? Tecnologia, há!! É isso, exatamente o que estava faltando.
Gente, tudo bem que a educação hoje em dia tem que ser seguida de tecnologia, mas isso seria uma obrigação do governo proporcionar esses meios às escolas.

O que deve ser feito primeiro é uma avaliação para descobrir se o salário é digno. Será que vale a pena o professor ter direito de ganhar um computador para melhoria educacional e o salário ser esquecido por essa gente? E as reformas estruturais das escolas? E propostas para a diminuição da violência dentro da sala de aula? O que você acha que aumentaria mais o estímulo do professor perante os alunos e o ambiente que ele trabalha?
No Espírito Santo a quantidade de faltas de professores, seja por exoneração, férias, licenças, abonos, aposentadoria, remanejamento de funções é gritante. E por que será?
Ouvi uma idéia uma vez super bacana. Será que os poderosos magníficos governadores do estado colocariam seus filhos estudando na rede pública? Será? Claro que não! Deveríamos criar leis que obrigassem tal atitude para que, de alguma forma, eles se liguem na gravidade do problema que tanto o estado, como o país inteiro enfrenta.
Professor é profissional. Professor tem que trabalhar num lugar digno e principalmente com segurança. Isso que eu acho primordial e fundamental.

7 comentários:

Mauro Castro disse...

Minha irmã fez faculdade, é professora e ganha menos que eu, um taxista. Acho que isso é emblemático. Um país assim, tem tudo pra dar errado.
Há braços!!

Anônimo disse...

Show. Nem mais,nem menos.
O pior é ainda termos motivação. A vontade de não ir é enorme. Mas qundo olhamos para os alunos, surge uma força que só um professor sabe explicar.
Beijos, amo você.

Anônimo disse...

Bem lembrado... O PROFESSOR É UM PROFISSIONAL... não é mãe, nem pai, não é assistente social, não é psicólogo, nem mesmo polícial...

Silvia Barbieri disse...

Passei aqui pra dizer que voce é muito especial.bjs

Anônimo disse...

A escola, essa instituição central das sociedades modernas, pensada como instrumento de libertação dos indivíduos, sendo certo que a escola tem um papel decisivo na socialização secundária, logo depois da família, conseguiu criar o "homem novo".
Pretendeu-se dar-lhe um papel central na superação do atraso económico dos países, na democratização das relações sociais e na construção da nova sociedade, agora racional, justa, meritocrática e moderna.

A grande aposta dos governos na escola pública e gratuita justificava-se para garantir a igualdade de oportunidades.

A escola permitiria a competição individual dentro do sistema de ensino que conferia a todos as mesmas condições de sucesso.

Problema: os desempenhos escolares não dependem apenas dos dons individuais. A origem social, o sexo, a etnia, a localização geográfica, entre outros, justificam as disparidades.

A escola não é imparcial, reproduz a cultura da classe dominante.

Vem isto a propósito da possibilidade de acabar com as reprovações nas escolas. A ideia não é má. Os estudos provam que a retenção dos alunos arrasa a sua auto-estrada. E que a repetição do ano escolar tem um efeito nulo na sua evolução académica. A Finlândia, a Noruega, a Suécia ou a Islândia não reprovam os alunos. Na Alemanha, os alunos também não reprovam, mas a avaliação diferencia os que prosseguem os estudos dos que ficam pelo caminho. No Reino Unido, os encarregados de educação são legalmente responsabilizados pelas faltas injustificadas dos alunos.

Dar oportunidades aos que ficam para trás é um objectivo decente; mas isso implica também criar mecanismos de exigência, meritocracia e rigor. As aulas de apoio, por exemplo, são obrigatórias para os estudantes.

Os alunos terão de ser acompanhados desde que entram na escola, e a cultura do ensino tem de ser exigente.

É possível aliviar a carga horária, demasiado pesada, e reformar os programas, demasiado extensos.

É possível encontrar mecanismos que, na escola, sejam correctivos de comportamentos e atitudes.

É possível recuperar os alunos. Mas não é possível fazer da escola o que ela não é: a instituição redentora das desigualdades sociais.

Porém os governantes não lhes dão o devido valor.

Porquê?

Simples a resposta, quanto mais culto for um povo mais dificil é amordaçá-lo.

Felicitações aos ” Professores ” pois eles são diligentes e esforçados.

Sem eles, e o seu sacrificio o futuro seria sombrio. Ainda bem que eles não desistem de nós.

Ass:Mário

Anônimo disse...

Para além do professor estão os progenitores.

De nada servirão grandes ensinamentos se depois, na prática, as nossas atitudes não forem coerentes com as nossas palavras.

De nada servirá dizer aos nossos filhos que não gritem, se depois nos ouvem gritar com eles ou com qualquer outra pessoa.

De nada servirá dizer às crianças que sejam educadas, se depois nos vêem a ser mal-educados num dia de stresse dentro do carro, numa fila de trânsito.

Para que as palavras tenham efeito têm de ser seguidas por uma atitude que seja coerente com elas.

Se as nossas palavras e as nossas acções forem coerentes, a criança aprende a levar a sério o que dizemos e a respeitar as regras que estabelecemos.

Pelo contrário, se as nossas acções não correspondem àquilo que lhes dizemos, as crianças aprendem a ignorar os nossos discursos e rapidamente percebem a diferença entre a teoria e a prática.

É certo que a criança testa repetidamente as nossas palavras, para perceber se aquilo que acabámos de dizer é mesmo verdade. Isso é normal.

Vai ser por tentativa e erro que a criança vai perceber se aquilo que os pais dizem é verdade e se é isso mesmo que vai ser feito ou vai acontecer.

É o resultado deste teste que vai determinar o comportamento futuro da criança, entre a sua obediência ou, pelo contrário, o seu desafio constante.

Os pais incoerentes, que dizem uma coisa mas não a põem em prática, são pais que vão ser sujeitos a muitos testes pois para os seus filhos nada é certo, tudo é negociável.

Os pais coerentes, cujas acções seguem naturalmente as palavras, vão ter filhos obedientes e cumpridores, seguros de que as regras são para cumprir e há certos assuntos que não são negociáveis.

Ass: Mário

Anônimo disse...

Reflectindo sobre os problemas relacionados com o ensino.

Há professores e professores é assim em todas as profissões.
Ensinar não é fácil, exige vocação, sabemos a que ponto as vocações andam perdidas no turvo oceano do desalento.

A autoridade dos professores foi, ao longo das últimas décadas, sujeita ao abandono, enquanto os direitos dos alunos cresceram de uma forma tão avassaladora que se viraram contra eles mesmos: podendo tudo, não aprendem nada.
A autoridade dos professores não se repõe à força. Repõe-se promovendo uma cultura de responsabilidade e consequência, essa que desapareceu quando os programas escolares se vergaram ao "sentido lúdico" e aos supostos "interesses" dos alunos.

Professores que não têm sido incentivados, a melhorar o seu trabalho, antes pelo contrário.
Professores mal pagos e mal tratados que procuram meter qualquer coisa de futuro na cabeça dos meninos.

Penso que as pessoas sabem que é na qualidade da Educação que se encontra a chave do desenvolvimento de um país. E que não há computador que compense a falta de um bom professor.
A quantidade de professores efectivamente cultos e empenhados que ainda existem é um milagre.

Urge proceder a reformas na “ Educação “, em que os professores sejam parte interveniente no processo.
Ora isto não depende só do Governo, depende essencialmente de nós.
Só os ignorantes é que podem admitir que é possível o nosso alheamento.