novembro 21, 2009

Asco

Quero sobreviver nesse estranho mundo.
Não sei se agüento, parece-me que não sei quando.
Quando termina, quando começa, quando me acho.
Estou perdida em muitos elementos.
As coisas andam frágeis, bem como, formidáveis.
Não sei se vivo, se morro, se me dôo demais.
Quando o tempo vai amortecer sua velocidade?
Que vida é essa, quando não se pode fazer exatamente o que apetece....
Vida escrava, maldita surra que machuca todos os dias.
Estou cansada da mamata, vida árdua, peles frias.
Quer saber?
Alheio às coisas do mais certo.
Quero o que eu quero e ponto final, ano próximo.

Um comentário:

Anônimo disse...

A reflexão! Pergunta!

O POEMA é a chave.


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
é condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca

Ass: Mário