julho 11, 2010

Estamos acostumados a dizer que "vamos seguir em frente" em dados, e muitos, momentos da vida. Chegamos a esse ponto, porque "esquecemos" de pensar o que realmente isso significa para nós mesmos. Vamos seguir em frente, de onde, para quê, por quê? Seria uma forma acomodada da situação de seu tempo e espaço? Segue, então uma citação do livro "Identidade e Modernidade" de Anthony Giddens, onde fala que:
" As convenções sociais produzidas e reproduzidas em nossas atividades diárias são reflexivamente monitoradas pelo agente como parte do "seguir em frente" nas diversas situações de nossas vidas. A consciência reflexiva nesse sentido é característica de toda ação humana, e é a condição específica daquela reflexividade institucional maciçamente desenvolvida [...]. Todos os homens monitoram continuamente as circustâncias de suas atividades como parte do fazer o que fazem, e esse monitoramento sempre tem características discursivas. Em outras palavras, se questionados, os agentes são normalmente capazes de fazer interpretações discursivas da natureza e das razões do seu comportamento."

Um comentário:

Anônimo disse...

Só o facto de pensar na " existência " é fabuloso. Cá está, ( presente )a filosofia de vida e os sentimentos como afirmei. Os meus parabéns.

O livro, reflecte uma opinião respeitável. Porém,questiono de outra forma.

O que fica?

Quais as coisas que permanecem na vida? Que valores se mantêm quando tudo o resto falha? O que ficou por exemplo do ano que passou? Que frutos esperamos do que aí vem? Mas o que fica?

O dinheiro não fica. Os edifícios também não. Depois de um certo tempo, mais ou menos longo, tudo isto desaparece.

O que sabemos?

Sabemos bem que a nossa atenção tem estado ocupada com os projectos profissionais, os objectivos imediatos, o horário de cada dia, tudo é concebido e executado para ganhar dinheiro, estabelecer edifícios, preencher livros. Chamamos a isso ser pragmático, eficiente, produtivo. Esse é o modelo que a nossa sociedade impõe.
No entanto, se estivermos atentos, vamos notando como depois de um certo tempo, tudo isso desaparece.

A única coisa que permanece eternamente é precisamente aquilo que fomos esbanjando ao longo dos dias, dos anos. Aquilo que omitimos, que esquecemos, que desprezámos, aquilo que sacrificámos ao dinheiro, é esse o único fruto que permanece eternamente.
Aquilo que ficou na alma daqueles com quem passámos o nosso tempo, é isso que o tempo não leva. Tantos mas, tantos vão, apostando naquilo que não fica, sacrificando o que permanece, sentem-se vazios.

Como sou crente, penso que a única coisa que permanece eternamente é a alma humana.

Reflectir, pensar e meditar sobre esta grande questão da existência é um desafio permanente que não se esgota, aliás, ele tem estado sempre presente. Revisitando Aristóteles ou Platão, entre vários, constatamos isso mesmo.

Cumpre-nos a nós continuar.

Ass: Mário