janeiro 09, 2008

Enervado

Tenso I
Cada dia que passa, estou mais desordenada. Não sei se é por conseqüência dos afazeres diários ou o enxugamento da vagabundagem. Dito, cada dia que passa, estou mais ocupada. Olhando a história e o contemporâneo, percebo que o que eu faço é o certo, mesmo que seja o que dê mais sofrimento. Graças à filosofia de Shopenhauer, lido isso como algo mais aceitável, real. Um inferno pra realidade humana, mas existencial, uma coisa sem escapatória. Hoje eu percebo que os mais respeitados escritores, pensadores, dentre outros, foram, em sua maioria, vítimas da necessidade de um trabalho, enquanto se aliavam aos estudos, em sua forma teórica e em seu respectivo exercício mental. Isso na história. Atualmente, as pessoas diferencem-se, assim como também na história, por necessidade financeira. Mas o resultado é bem distinto da história. Àquele que nasce pobre, esforça-se, estuda e muito, e para obter um digno respeito em sua área, além de tudo, tem que ter sorte. Já o que mais tem dinheiro, esforça-se, estuda, e para obter um digno respeito em sua área, abusa de seu dinheiro. Ou não precisa, já que ele teve muito mais recurso que o pobre para estudar “no melhor”.
Enfim, não sei bem em que situação poderia julgar a melhor. Mas sei que trabalhando como estou, é melhor do que se estivesse em casa, apodrecendo no marasmo e ouvindo papos funestos e pepinos de outras pessoas.
Porque cultivar conhecimento nesses tempos de férias é mais difícil do que fazer trabalho em uma madrugada em dia letivo.

Tenso II
Esforço-me pra ter alguma coisa. Quando eu tenho, sinto medo. Por quê?
Ora, se me esforcei pra obter uma coisa, justo que não quero perdê-la. Uma sensação de posse, de bem-estar e de felicidade. Não quero que tomem.
Sinto medo da ingratidão das pessoas de não verem o que é real. Apaixonei-me demasiadamente. Rafael é um garoto inexplicável. É um ser louco, que ao mesmo tempo em que tem muito que aprender, tem muito que ensinar. Completamos e todos sabem. Sentem ódio por encontrar-nos.
Gostaria de saber por que tanto empecilho para uma coisa tão bela. Daquela coisa que todos procuram ter e desejam para quem ama. Uma relação ambígua. Não expresso aqui, minha indignação pros que sentem. Mas pros que atrapalham. Não gosto de pensar no que pensam. Não me importo com isso. Importo-me com o que sinto. E não quero que perturbem.
Tenho medo que transforme toda essa estrada turva em raiva. Controlo-me diariamente.

Tenso III
Vou virar professora?
Puta que pariu!

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