Acho engraçado como a sociedade da classe média se impõe perante o conhecimento. Engraçado, porque se torna cômico. Desde que surgiram as classes que se denominam a partir de uma sociedade, as pessoas tendem a criar grupos que em sua escala de realidade consenti demonstrações de afinidades. Numa particularidade, não sei se atual, mas verdadeira, é que os jovens da classe média brasileira, se auto denominam diante do conhecimento ou do gosto musical.
É espantoso como se criam grupos, por exemplo, que se acham cultos, inteligentes, imbatíveis, por coisas que deveriam ser tão naturais: ler Machados de Assis, Guimarães Rosa, ouvir Chico Buarque e Jazz, falar no mínimo no linguajar culto e andar de forma diferente, mas buscando ser o mais simples possível, sem nenhuma vulgaridade.
Essa formulação é o estanque dos muitos jovens que eu convivo. O cômico se encontra no preconceito das pessoas que nunca leram tais autores, das pessoas que não gostam de ouvir tais gêneros musicais e de pessoas que não tem o mesmo contato social para que pudesse ter no mínimo um linguajar culto. E o estranho é que esses jovens que se consideram imbatíveis, são tão cruéis e irreais, que acabam sendo chatos e, sinceramente, cansa demais conviver com isso todos os dias.
Por que não ser natural? É possível que você goste de todas essas coisas – eu gosto de tudo isso – sem que haja joguinho de grupos, joguinho de preconceitos, joguinho de exclusão.
É espantoso como se criam grupos, por exemplo, que se acham cultos, inteligentes, imbatíveis, por coisas que deveriam ser tão naturais: ler Machados de Assis, Guimarães Rosa, ouvir Chico Buarque e Jazz, falar no mínimo no linguajar culto e andar de forma diferente, mas buscando ser o mais simples possível, sem nenhuma vulgaridade.
Essa formulação é o estanque dos muitos jovens que eu convivo. O cômico se encontra no preconceito das pessoas que nunca leram tais autores, das pessoas que não gostam de ouvir tais gêneros musicais e de pessoas que não tem o mesmo contato social para que pudesse ter no mínimo um linguajar culto. E o estranho é que esses jovens que se consideram imbatíveis, são tão cruéis e irreais, que acabam sendo chatos e, sinceramente, cansa demais conviver com isso todos os dias.
Por que não ser natural? É possível que você goste de todas essas coisas – eu gosto de tudo isso – sem que haja joguinho de grupos, joguinho de preconceitos, joguinho de exclusão.
É tão nojento, quanto ouvir “créu” .
Acredite!
3 comentários:
concordo plenamente,aliás eu já até escrevi sobre isso,odeio esses grupinhos,essas divisões,e esses pseudo-intelectuais que se acham u____u
saudades naninha!
amo vc =*
Falamos de cultura.
A trilogia, infidelidade, politica e cultura o que é que têm em comum?
Aparentemente nada. Mas têm.
Quando falo de infidelidade, não é da carnal mas sim a de objectivos, anseios e promessas e porque não a do próprio.
Aqui, entra a política, o expoente máximo das promessas não cumpridas.
É habitual ouvir o comum do cidadão dizer “ A minha vida dava um romance “. Ele sabe que ninguém se vai debruçar sobre o anónimo e escrever um romance mas, a literatura está presente.
Quem nos provou que a população está disposta a debates intermináveis sobre politiquice, mas não aguente um serão a discutir, o amor, a guerra ou a morte, na literatura? Ninguém.
Vem isto a propósito de Machado Assis e Eça de Queiroz, escritores intemporais e não só.
De Machado Assis costuma dizer-se, nas poucas vezes em que dele por cá se diz alguma coisa, que é o Eça de Queiroz do Brasil. É pouco, fraco e injusto, quer para um quer para o outro dos escritores, porque ninguém (mesmo que não seja escritor) é o clone de outro, e, como sabe verdadeiramente quem lê, a única nação que limita e engrandece a literatura é a língua em que ela se exprime.
Machado Assis, por todas as razões, não só por ser um mestre da construção narrativa, mas porque é um escritor dotado de uma comunicabilidade transbordante, pode e deve ser lido muito cedo. Para isso era preciso que quem manda nestas coisas acabasse com a parvoíce arqueológica das “ literaturas nacionais “ e começasse a defender a literatura de língua portuguesa como um todo.
Já há bastante tempo que percebi, o divórcio existente entre o país real com a sua sólida rede de bibliotecas e o seu número de leitores e, o país do Poder, que proclama, que o povo não dá para mais do que novelas, concursos ou shoppings. Não é verdade, apenas convém que seja.
Um povo menos lido é naturalmente menos reflexivo, menos inquieto, menos exigente.
Come o que lhe dão, e verga-se perante os grandes senhores que sabem ou podem mais do que eles.
Acresce que a leitura é um antídoto do medo. Quem saboreia a leitura nunca está sozinho. Entende a transitoriedade de tudo, e a possibilidade de mudança. Entende-se a si mesmo, e aprende a saber o que quer.
É isto que a União dos Senhores da Alta Cultura e do Baixo Entretenimento não quer.
Ass: Mário
Com a globalização veio uma crise dos sentimentos colectivos.
Tem vindo a alastrar-se, uma economia estagnada, um ensino decadente, uma universidade, com estudantes a quem o saber já não apaixona e entre os quais se enraíza um sentimento devastador de que os que estudam, se esforçam, trabalham duramente, os mais merecedores, não verão o seu esforço recompensado, não serão bem-sucedidos.
Espalhou-se a ideia de que na sociedade aquilo que fazemos não atrasa nem adianta e a lealdade e a palavra dada pouco importam.
Porem, nada disto é verdade, porque se fosse a sociedade deixaria de funcionar.
Na realidade o que acontece é que têm de fazer um esforço maior.
Existem jovens bem preparados, com vontade de trabalhar e de se adaptar. O mesmo se passa com os mais dotados, que se encontram num ambiente cultural que não os favorece nem os ajuda.
Para triunfarem têm de ter ousadia, ideais firmes e confiança na natureza humana, para derrotar dia a dia a desconfiança, o cinismo e a indiferença que os rodeia.
No “ Ocidente “a cultura parece estagnada. Porquê? Porque já não nascem pessoas de génio?
Em Atenas, entre 450 e 350 antes de Cristo, surgiram figuras como Sócrates, Platão e Aristóteles, e depois tudo parou.
A Itália conheceu o esplendor do Renascimento, a seguir a ocupação estrangeira e depois a decadência.
No fim do século XIX em Viena viveram Strauss e Freud. Em França, nos anos 60 e 70, foram Sartre, Simone de Beauvoir,
Hoje já não há ninguém como eles.
Porque será que durante algum tempo o génio emerge e que depois regressa a mediocridade?
Ass: Mário
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