março 03, 2008

O (des)controle.

Imaginar uma sociedade onde a desigualdade social é mínima pode ser até fácil. Desejar também é maravilhoso. Mas, infelizmente, o que ocorre para o socialismo não dar certo, é o mesmo que ocorre do capitalismo ser apenas uma máscara: o ser humano.

A tendência do ser humano é buscar um grupo social definido pela própria personalidade, e conseqüentemente, pelo gosto de cada indivíduo. Seus desejos tão ilimitados e, dentre todos os sentimentos exacerbados, puramente humanos, tornam o sonho de uma “sociedade perfeita” longe de ser concretizado.

Igualdade social é o mesmo que uma sociedade perfeita, na fantasia.

Mas o que seria uma sociedade perfeita se o verdadeiro sentimento individual de cada ser humano é viver acima, sendo recompensado em todos os sentidos, em todos os fatos? Da mesma forma, como nivelar personalidades divergentes, sem ter um poder que ordene e que controle?

Na minha opinião, só haveria um jeito: quando o próprio ser humano aprendesse a ter caráter. Se existisse no poder uma concentração de pessoas honestas, o mundo tenderia a ser melhor, não importando o qual regime fosse se adquirir.

2 comentários:

Anônimo disse...

Gostei imenso do post.

O único comentário que me ocorre é semelhança com Platão. A metáfora do mito da caverna.

Anônimo disse...

" Igualdade social é o mesmo que uma sociedade perfeita, na fantasia"

Esta afirmação dá que pensar.

Será fantasia ou falta de empenho dos politicos ou dos cidadãos? Ou de ambos em simultâneo?

Se me permite, deixo-lhe a minha reflexão.

A pressão que se abate sobre Brasil é financeira e especulativa, as suas causas são económicas e estruturais, mas a crise que vivem é fundamentalmente política.

Sem ruptura política não se sairá dela.

A crise é uma crise de confiança nos representantes, nas instituições e nas formas de representação.

A desconfiança não é, naturalmente, uma novidade na vida democrática.

O que é novo é que a tensão entre a confiança e a suspeita, que é constitutiva da democracia, se tenha vindo, sobretudo nos últimos anos, a desequilibrar tão brutalmente para o lado da desconfiança, reduzindo a confiança ao mais baixo nível que ela conheceu nas últimas décadas.

A democracia deixou de funcionar com base na confiança cega e no cheque em branco. Ela funciona hoje com base na desconfiança e no escrutínio permanente.

Os líderes políticos que pensam que, porque ganham eleições, representam toda a sociedade e têm um mandato que podem executar de qualquer modo vivem num mundo que já desapareceu há muito, e acabam, mais tarde ou mais cedo, por pagar duramente essa ilusão.

O novo compromisso democrático que hoje emerge nas democracias contemporâneas, aponta fortemente para a necessidade de se compreender que liderar não é, de todo, impor-se à sociedade.

Liderar é compreender, explicar e convencer. Um líder deve incentivar e acolher um intercâmbio de pontos de vista livre e sem restrições.

Incapazes de conviver com esta liberdade, as lideranças acabam sempre encurraladas, assustadas com o povo e a repetir frases feitas.

A crise não se resolve, com um governo entrincheirado e com uma administração cada vez mais atordoada e caótica. Pelo contrário, é necessário um governo empenhado.

Empenhado em todas as áreas da governação, capaz de aglutinar as ideias e as forças que consigam contribuir para elaborar um plano contra o cerco em que vivem.

Porém, o País precisa de "primeiro crescer como entidade política”, digo " O Povo " capaz de se organizar para vencer a adversidade, ganhar o respeito dos politicos e discutir as regras do jogo.

Ass: Mário